Veículos a gás do passado
A história dos veículos a gás remonta aos primórdios da indústria automóvel. No fim do século XIX já se produziam viaturas a gás. Mas nessa época ainda não havia a tecnologia necessária para a compressão. Assim, os veículos tinham de utilizar depósitos em baixa pressão, o que aumentava o seu volume de forma desmesurada. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, em muitos países do mundo os mal cheirosos veículos a gasogénio (gás produzido a partir da queima da madeira ou do carvão), contribuíram para que as frotas existentes se mantivessem operacionais.
Após a guerra, o gás natural ainda não estava facilmente acessível na maioria dos países europeus e por isso alguns deles adoptaram o GPL nos seus transportes públicos (caso da frota de autocarros em Viena da Áustria). A Itália foi a excepção: como dispunha de gás natural enveredou imediatamente por esse caminho. As fotos que a seguir se apresentam são dessas épocas remotas.
A partir de agora, quando a humanidade atinge o Pico de Hubbert, os transportes no mundo todo terão de utilizar cada vez mais intensamente o gás natural (metano), que tanto pode ter origem fóssil como não fóssil. No entanto, Portugal continua a desaproveitar o biometano que poderia produzir nas suas Estações de Tratamento de Águas Residuais, nos aterros sanitários e com o aproveitamento da biomassa florestal. Pode-se afirmar mesmo que o melhor aproveitamento possível dos biocombustíveis não é sob a forma líquida e sim sob a forma gasosa. É o que está a fazer, por exemplo, a cidade de Lille, no norte da França, cujos autocarros já são movidos a biometano, ou a Suécia e Suíça, cujos postos de abastecimento de GNC já fornecem uma mistura de metano de origem fóssil e não fóssil.
Um dos pioneiros dos VGNs
Série gasogénio
Um VGN de 1952, já com gás comprimido
Os chineses tiveram antecessores em França:
Mas na Suécia já se começava a usar o gás comprimido:
E ainda há mais veículos a gás natural:
O primeiro avião do mundo a funcionar a gás natural foi construído na União Soviética em fins da década de 1980. Era o Tupolev-155 com motores NK-88 alimentados a gás natural liquefeito (GNL). O primeiro teste de voo a GNL deu-se em 15/Abril/1988. Depois disso mais de uma centena de voos foi efectuada. Os reabastecimentos de GNL eram efectuados em Moscovo, Minsk, Bratislava, Nice e Hanover. O motor NK-88 também podia funcionar a hidrogénio liquefeito, mas foram efectuados apenas cinco voos de teste com o mesmo.
Submarino a gás natural, na Disneylandia dos EUA.
Tractor agrícola russo K700, movido a GNC.
Veículos de placa de aeroporto
Esta locomotiva, no Peru, utiliza o GNC como combustível. Foi concebida por engenheiros peruanos da empresa Ferrocarril Central Andino e a sua transformação para o GNC custou US$8,5 milhões. Em 2008 a empresa prevê converter para GNC a sua frota de 15 locomotivas.
E também os riquixós podem ser movidos a GNC! Este é fabricado na China e exportado para o mercado asiático.
A empresa argentina Ecopos fabrica kits para motos até 150 cc. O kit inclui dois reservatórios de gás com capacidade total de 1,4 m3(n) – o que permite uma autonomia da ordem dos 200 km. Além disso, a moto fica com um pequeno reservatório 3,5 litros de gasolina para emergências.
Locomotiva russa a gás natural liquefeito (GNL).
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