Introdução ao GNL

O que é Gás Natural Liquefeito (GNL)?

O GNL é o gás natural liquefeito por meio da redução da sua temperatura a -162 ºC à pressão atmosférica normal. Em volume, nas condições métricas padrão (15ºC e 1,013 25 bar), o GNL ocupa cerca de 1/600 do GN em estado gasoso.
A bordo do veículo, o GNL é armazenado a baixa pressão em tanques isolados termicamente e com capacidades que podem variar entre 174 a 511 litros (ver tabela). O reabastecimento do veículo deve ocorrer pelo menos uma vez por semana, para prevenir diminuição de capacidade de armazenagem devido à evaporação.
O isolamento dos reservatórios, por muito eficaz que seja, por si só não pode manter a temperatura baixa. O GNL é armazenado como produto criogénico, ou seja, em estado liquído à temperatura de evaporação. No caso da água em ebulição (100ºC) a temperatura mantém-se constante durante a mudança de fase de líquida para gasosa mesmo que se continue a fornecer calor. Isto acontece devido à evaporação. De forma análoga, o GNL mantém-se praticamente a temperatura constante (-162ºC) se for mantido a uma mesma pressão e desde que o vapor (GN na fase gasosa) seja libertado do reservatório. Se isso não se verificar, a pressão e temperatura no interior do reservatório aumentará. No entanto, mesmo a cerca de 7 bar, a temperatura do GNL não será superior a cerca de -128ºC.
Quais são os benefícios do GNL?

Os numerosos benefícios do GNL estão a conduzir a uma cada vez maior valorização do seu potencial como combustível para o transporte em veículos pesados. Estes benefícios incluem:
  • Elevada densidade de energia. Como é um líquido, uma maior quantidade de GNL pode ser armazenado num espaço mais pequeno. Conseguir o melhor rácio volume/peso é uma consideração importante em veículos.
  • Velocidade de combustão. Veículos pesados podem ser abastecidos em quatro a seis minutos, e a composição do combustível pode ser determinada com um alto grau de precisão pois a maior parte do GNL produzido para veículos tem agora 99% ou mais de metano. Este controlo da composição do gás natural resulta em sistemas de combustível e motores afinados com mais precisão, os quais levam à optimização do desempenho e portanto a maior economia de combustível e a emissões mais baixas.
  • Entrega e disponibilidade. O GNL é muitas vezes transportado em camiões reboque que carregam mais de 38 mil litros, em pequenos camiões cisterna e reboques, vagões ferroviários, e navios metaneiros para GNL com capacidades que atingem os 114 milhões de litros. Os camiões reboque de GNL são muitas vezes utilizados para reabastecer postos GNL, tal como se entrega o gasóleo ou a gasolina.
  • Investigações em andamento prometem reduzir o custo das instalações de abastecimento de GNL, produzir reservatórios de combustível mais leves e aumentar a eficiência dos motores.
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Onde é produzido o GNL?

Foi assinado um contrato de fornecimento de GNL com a Nigerian Liquified Gas (NLNG) que permite abastecer 14% do consumo total de GN do país. Inicialmente o GNL foi descarregado no terminal metaneiro de Huelva (sul da Espanha), sendo a seguir regaseificado e enviado para Portugal em fase gasosa.

Actualmente o GNL é descarregado no terminal metaneiro de Sines, que entrou em serviço em Janeiro de 2004. A empresa responsável pelo projecto, construção, operação e manutenção do terminal foi a Transgás Atlântico. Em Setembro de 2006 o terminal foi adquirido pela REN/Shippingatlântico.

Clique na imagem para visualizar com mais detalhe a concepção geral do terminal de Sines.

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O terminal metaneiro de Sines está doptado de duas “baias” para o carregamento de camiões cisterna de GNL. O sistema permite carregar em simultâneo dois camiões com 45 m3 de capacidade cada um. Os camiões podem assim abastecer redes isoladas de GN (como as de Chaves, Olhão, Évora, etc) e grandes consumidores dotados de Unidades Autónomas de Gás (UAGs).
Estações de abastecimento de GNL e LCNG

LCNG é gás natural comprimido (GNC) produzido a partir de gás natural liquefeito (GNL). Em zonas distantes da rede de gás natural, a instalação deste tipo de estações é vantajosa.O GNL chega à estação por via rodoviária, em camiões, sendo as principais componentes da estação de GNL as seguintes:
  • tanque criogénico para armazenagem do GNL (normalmente, com capacidade entre os 50 mil e os 100 mil litros);
  • tubagem (pode ser isolada por sistema de vácuo)
  • bomba;
  • permutador de calor;
  • abastecedor;
  • painel de controlo.
Uma estação LCNG tem, em relação à de GNL, mais uma bomba, um vaporizador e um abastecedor . Neste sistema, o GNL à temperatura criogénica (-162ºC) e a baixa pressão é convertido em GNC, com consumos de energia inferiores aos de uma estação de compressão. A potência requerida pelo sistema bomba/vaporizador é 1/10 a 1/20 à de um sistema de compressão tradicional.
A primeira estação LCNG em Portugal foi inaugurada em 2013 e está localizada em Mirandela. Estão previstas muitas outras, como se pode observar neste mapa:
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Para determinados veículos, a autonomia necessária não é conseguida com o GNC. Nestes casos, a utilização de GNL traz vantagens. Uma estação LCNG pode abastecer tanto veículos a GNL como a GNC, mantendo a aparência de uma estação de abastecimento convencional.
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A mangueira e o injector para abastecimento são configurados de forma a que não haja contacto com o combustível quando o condutor insere ou remove a mangueira do veículo. As características de abastecimento de GNL permitem o enchimento do(s) reservatório(s) em períodos de tempo equivalentes ao de combustíveis tradicionais.

Sistema de combustível
O sistema de combustível de um veículo a GNL é constituído, fundamentalmente, por um reservatório, um vaporizador em que o fluido secundário é o líquido de refrigeração do motor, um indicador de nível do reservatório. O sistema está configurado para receber e armazenar GNL fornecê-lo ao motor na forma gasosa.

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