RELATÓRIO DE GESTÃO 2012
(Aprovado na Assembleia-Geral de 12/Dezembro/2013
As actividades da
Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural no
exercício de 2012 mantiveram-se tão regulares quanto
possível dadas as actuais dificuldades económicas. A
Associação conseguiu publicar o quinto número da revista
"VGN" mas, face à dificuldade em obter publicidade suficiente
para cobrir o seu custo de produção, decidiu suspender
sine die
a edição da mesma. Para compensar parcialmente a
suspensão da revista em papel, a APVGN decidiu iniciar uma página
no Facebook (
https://www.facebook.com/apvgn
). Além disso, ao longo de
2012 foram atendidas as solicitações dos associados da APVGN, bem
como numerosos pedidos de esclarecimento. Foi mantido em 2012 o drástico
corte de despesas iniciado em 2009 e, graças a isso, foi possível
manter razoavelmente equilibradas as finanças da
Associação. Por outro lado, desenvolveu-se em 2012, com o apoio
da Comissão Europeia, o projecto de criação de
"corredores azuis" GNC e GNL na Europa.
Dentre as actividades realizadas em 2012 podem-se destacar:
-
Contactos com a Agência Regional de Energia para os Concelhos de
Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, que se tornou associada da APVGN.
(Janeiro)
-
Reuniões diversas com associados
-
Participação em evento da Logistel acerca do Plano
Estratégico de Transportes 2011-2015 (24/Janeiro)
-
Participação em evento da Resitul (7/Março)
-
Reunião com a TCB Transportes Colectivos do Barreiro
(8/Março)
-
Reunião com o Director-Geral de Geologia e Energia, Eng. Escada da Costa
(22/Maio)
-
Intervenção na Comissão de Economia e Obras
Públicas da Assembleia da República (31/Maio)
-
Intervenção em evento da Associação Portuguesa de
Engenharia Ambiental e da AERLIS, em Oeiras (29/Junho)
-
Reunião com a Kosan-Crisplant (30/Agosto)
-
Reunião com a Iveco (4/Setembro)
-
Participação nas reuniões da CT-101 do Instituto
Tecnológico do Gás (ITG)
-
Entrevista à revista "Água e Ambiente" (12/Outubro)
Ao longo do ano a APVGN apoiou
os seus associados nas solicitações que lhe fizeram e atendeu a
inúmeros pedidos de informação efectuados pelas mais
diversas entidades. Deve-se destacar também o apoio aos associados
individuais para o abastecimento de GNC em Lisboa e no Porto. Esta
operação implica um considerável trabalho administrativo e
risco financeiro, sem que a Associação obtenha qualquer
benefício económico com essa operação. Tal apoio
será dispensável quando, finalmente, houver postos
públicos de GNC em Lisboa e no Porto.
Por outro lado, o sítio
web da APVGN, https://apvgn.pt, continuou a ser actualizado regularmente e
em 31 de Dezembro de 2012 as estatísticas do servidor onde está
alojado registaram o número total de 21.359 visitantes únicos e
um número de visitas de 29.750. As referidas estatísticas
registaram, em 2012, 579.273
hits
e uma largura de banda de 2.307,39 GB.
Em 31 de Dezembro de 2012 a
base associativa da APVGN contava com 30 entidades associadas, além dos
numerosos sócios individuais.
De um ponto de vista geral,
verificou-se que no ano de 2012 o preço médio do petróleo
Brent foi de US$111,67/barril, praticamente igual ao preço médio
de 2011 (US$111,26). A fraca consciência dos governantes portugueses e do
público em geral acerca do Pico de Hubbert constitui um obstáculo
para que os actores económicos portugueses tomem a decisão de
enveredar pelo caminho dos VGNs. Verifica-se ainda que a crise económica
mundial iniciada em 2008 ajudou a manter a procura mundial de petróleo
num nível relativamente constante.
Na perspectiva mundial,
verificou-se que os VGNs continuaram a progredir por todo o mundo e o seu
número total chegou ao novo recorde de 17 milhões no fim de 2012.
Na Europa, muitos governos excepto o português continuaram
a desenvolver políticas activas em prol dos VGNs, nomeadamente
através do apoio à instalação de postos
públicos de abastecimento de GNC e da promoção de
investimentos para a produção de biometano e da
distribuição de biometano em fase liquefeita.
Neste panorama geral, só Portugal permaneceu estagnado. Em 2012 o
governo português continuou omisso quanto a apoios efectivos aos VGNs. O
Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) continuou a
não prever quaisquer programas de financiamento para a
instalação de postos de abastecimento de GNC e/ou GNL, nem
à renovação de frotas por VGNs e tão pouco à
produção de biometano. O brutal aumento da taxa de IVA para o
gás natural verificado em 01/Outubro/2011, de 6% para 23%, manteve-se em
2012 prejudicando o desenvolvimento dos VGNs.
A situação de inexistência de postos de abastecimento em
regime de serviço público continua assim a penalizar fortemente o
tecido empresarial português pois coarta a liberdade dos consumidores na
escolha dos combustíveis a serem utilizados para transportes.
Além disso, prejudica também o sector turístico pois os
numerosos turistas estrangeiros que visitam Lisboa e Porto com VGNs não
têm onde abastecer-se. Por outro lado, o sector privado
nomeadamente as empresas comercializadoras de gás natural em 2012
continuou omisso quanto à instalação de postos
públicos de GNC e de GNL. A excepção louvável foi a
Dourogás, que arrancou com a instalação de um posto
GNC/GNL no município de Mirandela. Por outro lado, constata-se que as
diligências para passar ao regime de serviço público o
posto do seu associado Valorsul, não tiveram êxito. O processo de
privatização daquela empresa, agora em curso, prejudicou este
objectivo.
EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA ASSOCIAÇÃO
Em 2013 a APVGN
continuará a apoiar todas as iniciativas destinadas a instalar postos de
abastecimento de GNC em regime de serviço público. A abertura de
postos públicos continua a ser a preocupação
prioritária da Associação pois a sua inexistência
constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento dos VGNs em
Portugal. A Associação considera que a cedência não
onerosa de terrenos a empresários privados que se disponham a instalar
postos GNC poderia dar uma contribuição poderosa para a
consecução deste objectivo e colocar Portugal a par dos demais
países europeus em matéria de VGNs. Além disso, a
Associação considera importante iniciar a
instalação de postos de gás natural liquefeito (GNL), a
fim de incorporar o país aos "corredores azuis" que
estão a ser constituídos na Europa, servir o transporte de longo
curso e as frotas que exijam maior autonomia em termos de combustível.
Por outro lado, ainda que sem
orçamento para publicidade, a APVGN tentará manter a
"visibilidade" possível da Associação. Isso
será feito, tal como até agora, através do seu
sítio web, da publicação da sua página no Facebook
e mediante o aproveitamento das oportunidades que surgirem para intervir em
eventos públicos e nos media especializados em energia e transportes.
RESULTADOS
A APVGN conseguiu sobreviver
até ao presente graças sobretudo à severa
contenção dos seus custos de funcionamento. Apesar de todas as
dificuldades, em termos de Balanço, conseguiu-se manter um
equilíbrio pois as responsabilidades estão garantidas pelas
disponibilidades. O activo é constituído por 0,19% de
imobilizado, 65,16 % de dívidas de terceiros e 34,65% de
disponibilidades, ao passo que o passivo é constituído,
essencialmente, pela rubrica de Outras Contas a Pagar, relativos aos
honorários a liquidar, pela conta de Diferimentos relativamente ao GNC a
debitar aos associados, cujos valores já foram recebidos, não
existindo praticamente dívidas a terceiros.
Deve-se destacar que desde a
constituição da APVGN o valor das quotas dos associados se foi
reduzindo em termos reais pois nunca houve qualquer reajustamento apesar
da inflação verificada ao longo dos dez anos decorridos.
Entretanto, a Assembleia-Geral de 20/Dezembro/2011 aprovou uma
redução do valor nominal das quotas, a pedido de associados.
Assim, embora com uma situação financeira precária, a
APVGN continua a fazer o possível para sobreviver e realizar um trabalho
útil para os seus associados e a boa causa dos veículos a
gás natural.
No plano económico a
Associação apresentou custos no valor de 52.371,79 que
foram cobertos com quotizações dos associados,
facturação de serviços prestados, juros obtidos de
depósitos bancários. Assim, o resultado líquido apurado
exercício, após o valor do IRC que se refere ao imposto retido,
resultante dos juros obtidos foi de 1.099,83 , o qual propomos à
Assembleia-Geral seja transferido para a conta de Resultados Transitados.
Eng. Henrique Marques dos Santos (Presidente)
Eng. Téc. Gregório Laranjo (Vice-Presidente)
Lic. Jorge F. G. de Figueiredo (Vice-Presidente)
Eng. Jorge Manuel Rocha Teixeira (Vice-Presidente)
Eng. Tomás Serra (Vice-Presidente)
Eng. Luís Gomes Pereira (Vice-Presidente)
Eng. José Costa Pereira (Vice-Presidente)
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