Desmentido
“Os camiões a gás reduzem as emissões?” A resposta é: SIM
O documento “Do gas trucks reduce emissions?” publicado pela TE (Transport and Environment) nos dá a oportunidade de rectificar alguns aspectos e complementá-los com elementos educativos e pormenores acerca do gás nos transportes.
As conclusões da TE são baseadas sobretudo num conjunto de campanhas de medição de emissões efectuadas pela TNO (organização holandesa de investigação científica aplicada). Contudo, se bem que os relatórios da TNO sejam cientificamente bem comprovados, as conclusões extraídas pela TE não estão de acordo com as medições relatadas.
Emissões NOx:
A TE deixou de incluir um relatório intermediário de 2018 da TNO (R11448) na sua análise. O relatório em falta, que cobre exactamente os mesmos veículos, mostra uma redução das emissões de NOx num factor superior a 6 em comparação com o Diesel.
Uma campanha experimental paralela ( www.projetequilibre.fr ) que efectuou extensas medições em estrada num período de mais de dois anos demonstrou que os camiões a gás natural emitem entre 40% e 60% menos NOx em comparação com os seus modelos Diesel equivalentes.
Emissões de partículas:
A TE confunde PM (Particle Mass) com PN (Particle Number).
A redução PM em 95% em comparação com o Diesel está certificada a partir da homologação pública de dados.
As emissões PN de motores de ignição por faísca sem dispositivo filtrante, tal como relatado correctamente pela TNO, resultam em linha e até mais baixas, em comparação com o Diesel com DPF (Diesel Particulate Filter). Este é um excelente resultado obtido graças às características específicas do gás natural.
Emissões de GEE:
As conclusões extraídas pela TE não reflectem as medições relatadas nos estudos da TNO utilizados.
O TNO 2019 report (R10193) mostra uma redução de 8% nas emissões equivalentes de CO2 no tubo de escape para motores com ignição por faísca, elevando-se a 20% para a tecnologia de Injecção Directa a Alta Pressão (High Pressure Direct Injection, HPDI).
Quando se examina o perfil típico da emissão de um camião a GNL (modo “Auto-estrada”), as reduções medidas são ainda maiores: 10% para motores com ignição por faísca e 22% para a tecnologia HPDI.
Do poço-à-roda (Well-to-Wheel, WtW):
A menção da TE às emissões WtW permite-nos recordar que a mobilidade neutra em carbono está a acontecer hoje na Europa graças ao bio-GNC e ao bio-GNL. Mais de 450 postos de abastecimento já estão a fornecer biometano, enquanto a produção de bio-GNL é uma realidade concreta, apoiando o desenvolvimento de um modelo de economia circular, replicável por toda a parte na Europa.
A infraestrutura de reabastecimento existente é perfeitamente compatível com toda espécie de gases renováveis. E os veículos também.
Isto significa que o activo representado pelas tecnologias actuais está pronto para se tornar 100% renovável.
Apontar para emissões líquidas zero no longo prazo é um dever. Mas para isto acontecer é preciso combinar um conjunto de soluções limpas que, hoje, podem atender a duas condições principais: cumprir as necessidades do cliente e do mercado, e serem a preço baixo e acessível.
Sem um destes dois elementos, não será possível efectuar um impacto positivo no nosso ambiente e melhorar a qualidade do ar nas nossas cidades.
O gás natural está pronto a enfrentar este desafio já nos dias de hoje.
Andrea Gerini
Secretário-geral, NGVA Europe