(Aprovado na Assembleia Geral de 10/Novembro/2004)
O exercício de 2003 foi o segundo ano de actividade plena da Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (APVGN). O estado de precariedade em termos de instalações em que funcionava a Associação pode finalmente ser ultrapassado, no mês de Maio, com o aluguer das instalações sitas na Rua Carlos Mardel.
Pode-se afirmar que em 2003 a APVGN deu-se a conhecer, efectuando ou participando de uma série de eventos. O mais importante deles foi o stand montado na INTERGÁS (13 a 15 de Março), na Exponor (Porto). Por ali passaram milhares de visitantes e nele estiveram presentes veículos pesados e ligeiros — inclusive, facto inédito em Portugal, um motociclo a gás natural. Além disso, também nas instalações da Exponor, foi realizado um curso de introdução aos veículos a gás natural com mais de 60 inscrições (pagas). A participação da APVGN na Intergás proporcionou-lhe uma ampla visibilidade pois foram publicadas notícias em praticamente todos os grandes órgãos de comunicação do país e recebeu prolongada visita do Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto.
Outro evento importante foi a 9ª Conferência da European Natural Gas Vehicle Association, realizada este ano em Portugal (Porto, 13 a 15 de Maio), em que a APVGN foi a entidade hospedeira. A Associação deu todo o apoio possível para a sua realização e dela participaram centenas de técnicos vindos de todo o mundo.
Por outro lado, um dos administradores da APVGN participou no painel sobre utilização veicular do GN realizado no âmbito IV Encontro Brasileiro dos Profissionais do Mercado do Gás (S. Paulo, 12 de Junho). E no mês de Setembro (19 a 21) a APVGN esteve presente, com stand próprio, numa exposição pública organizada pela Câmara Municipal de Oeiras.
Dentre outras actividades promocionais realizadas pela APVGN contam-se artigos em revistas ( Energia, Municípios & Regiões, etc), entrevistas a jornais ( Diário de Notícias ), palestras em faculdades de engenharia e instituições privadas (IFE), etc. O sítio web da APVGN, https://apvgn.pt, manteve-se sempre actualizado. As estatísticas do servidor onde está alojado o sítio registam, ao longo de 2003, 326.603 hits ; 240.215 files; 71.571 vistas de página (mais 53% que em 2002, média de 5964/mês); e 26.145 sessões.
Ainda no âmbito das actividades promocionais, a APVGN efectuou contactos e diligências junto às Câmaras Municipais de Lisboa, Porto, Oeiras e Évora a fim de avançar com os VGNs nas respectivas frotas e instalar postos locais de abastecimento de gás natural comprimido (GNC). Da mesma forma, efectuaram-se conversações com a administração da Valorsul, a central incineradora de quatro municípios da Grande Lisboa, a fim de avançar com os VGNs nos camiões colectores de RSU e instalar um posto de abastecimento de GNC em S. João da Talha.
O estudo “Utilização de combustíveis alternativos numa frota de viaturas pesadas de RSUs”, elaborado em 2003 por Francisco Teixeira, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), sob a orientação da Profª Drª Isabel Simões de Carvalho, efectuou-se também com a co-orientação de um dos administradores da APVGN. O referido estudo chega a conclusões extremamente favoráveis à utilização dos VGN nas frotas de camiões colectores de RSU de Lisboa, Loures, Amadora e Vila Franca de Xira.
A actividade principal da APVGN em 2003 continuou a ser o projecto de “Demonstração de veículos a gás natural no serviço de táxi”, desenvolvido sempre em estreita colaboração com a Direcção-Geral de Transportes Terrestres (DGTT) e com as associações de industriais de táxi do sector (ANTRAL, FPT). A primeira fase deste projecto, que arrancara em Fevereiro de 2002, decorreu até Fevereiro de 2003 e operou com duas Fiat Multipla. Em Agosto de 2003 arrancou a segunda fase do projecto, desta vez com duas Golf Variant, que ainda está em curso. A satisfação dos operadores de táxi com os VGNs é generalizada, independentemente do modelo de viatura utilizada, mas todos se queixam das dificuldades quanto ao abastecimento de GNC. Tal situação só poderá ser resolvida de modo definitivo quando, em Lisboa e no Porto, forem abertos os primeiros postos públicos de GNC.
Por outro lado, a APVGN continuou a crescer ao longo de 2003, com a entrada de 6 (seis) novos associados colectivos e 7 (sete) individuais. Os novos associados colectivos foram AMAGÁS, Câmara Municipal de Lisboa, Evobus (representante dos autocarros Mercedes-Benz), MAN (formalização da adesão), SIVA (representante da Volkswagen), SOTREPE (representante dos compressores Galileo).
Ainda no exercício de 2003 foram estabelecidos acordos de cooperação com:
- DGTT para “Acções no domínio das tecnologias de propulsão de veículos rodoviários a gás natural no serviço público de transportes” (Outubro/2003)
- Cooptécnica – Gustave Eiffel, Cooperativa de Ensino e Formação Técnico-Profissional, CRL com a cedência não onerosa de uma das viaturas da APVGN (Fiat Multipla) para a realização de cursos a taxistas (Junho/2003).
- Transgás, SA para abastecimento de VGNs em Cabo Ruivo e Bucelas (Outubro/2003)
- Divisão de Transportes, Energia e Ambiente do Instituto Superior Técnico (DTEA-IST) para trabalhos de investigação (Julho/2003).
- DGTT/DTEA-IST/STCP para estudo comparativo das prestações energéticas e ambientais dos autocarros a gás natural e diesel (Novembro).
EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA ASSOCIAÇÃO
Em 2004 a Administração da APVGN pretende:
- participar de todas as iniciativas tendentes a criar postos públicos de abastecimento de gás natural comprimido, a começar por Lisboa e Porto. A instalação de postos de abastecimento de carácter público é uma preocupação absolutamente prioritária e a Associação deverá fazer todos os esforços para que concretize. A não existência de postos públicos para o abastecimento do GNC impede o desenvolvimento dos VGNs e, em última análise, da própria APVGN.
- manter a estreita colaboração de trabalho até agora verificada com a DGTT;
- manter a sua “visibilidade” (entrevistas à comunicação social, palestras, participação em eventos, etc);
- colaborar para o avanço do projecto de lançamento dos 200 táxis VGNs, promovendo-o junto aos poderes públicos;
- realizar estudos técnicos e económicos para as autarquias que os encomendarem;
- promover cursos, em colaboração com o IST e outras entidades.
RESULTADOS
Do ponto de vista financeiro, verifica-se, através do Balanço, uma situação equilibrada pois as responsabilidades encontram-se garantidas pelas disponibilidades.
No plano económico a Associação apresenta custos no valor de € 109.633,29 que foram cobertos com quotas dos associados, subsídio à exploração da DGTT, facturação e juros obtidos de depósitos a prazo. Assim, e depois de constituída uma dotação para amortizações no valor de € 24.916,48, o Resultado Líquido do Exercício apurado foi de € 110.849,39, o qual propomos à Assembleia Geral seja transferido para a conta de Resultados Transitados.
Lisboa, 25 de Março de 2004
Henrique Marques dos Santos
Jorge Fidelino G. de Figueiredo
Isabel Fernandes
Maria Teresa São Pedro
Tiago Farias