(Aprovado na Assembleia Geral de 30/Julho/2008)

No exercício de 2007 a Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural manteve as suas actividades promocionais e a elaboração de estudos técnicos e económicos para os seus associados. Durante o exercício continuaram-se a dar passos de aproximação ao seu principal objectivo estratégico: a instalação de postos de abastecimento de GNC em regime de serviço público.

O facto mais notável que caracterizou o ano de 2007 foi alta dos preços dos refinados de petróleo, o que provocou um interesse redobrado pela utilização do gás natural nos transportes. Em relação a Portugal, o preço médio da tonelada de Brent subiu de US$464,07 em 2006 para US$535,16 em 2007, ou seja, um acréscimo de 15,32%. Em termos de Euros também houve uma subida pois o preço médio da tonelada passou de €369,71 em 2006 para €391,77 em 2007, o que representa um acréscimo de 5,97%.

Quanto ao panorama geral, verifica-se que os VGNs continuam a avançar no mundo todo e hoje já existem mais de 8,4 milhões em circulação. No panorama europeu regista-se o grande incremento que os VGNs estão a ter em diversos países, nomeadamente a Alemanha, Suíça, Suécia e França, além da Itália onde já constituem uma realidade bem consolidada. O Conselho de Administração da APVGN alerta para o pico máximo da produção petrolífera, ou Pico de Hubbert, e a consequente alta dos preços do barril de petróleo e dos refinados. O aumento das preocupações ecológicas, nomeadamente da qualidade do ar, também contribui para o interesse generalizado pelos VGNs. Verifica-se que os governos europeus conscientes do Pico Petrolífero têm políticas activas favoráveis ao desenvolvimento dos VGNs a fim de reduzir o seu impacto e estimulam a instalação de postos públicos de Gás Natural Comprimido. No entanto houve uma exagerada e equivocada aposta nos biocombustíveis líquidos, nomeadamente no biodiesel. Este facto prejudica o desenvolvimento dos VGNs e a produção de biocombustíveis gasosos, nomeadamente do biometano. Seria desejável que o governo português viesse a rectificar esse erro estratégico.

Por outro lado, é de saudar os passos que a DGTREN da União Europeia começou a tomar a fim de corrigir, na sua política relativa aos biocombustíveis, o enviesamento a favor dos líquidos em detrimento dos gasosos. Verifica-se que começa a haver maiores incentivos para a produção de biometano e hoje já há uma importante produção de biometano na Suécia, Suíça, França e Espanha. A APVGN considera que o desenvolvimento imediato dos VGNs é o melhor meio para estimular a produção futura do biometano, em particular os biometanos obtidos a partir de biomassa florestal, Estações de Tratamento de Águas Residuais, aterros sanitários, resíduos pecuários e outras fontes, cuja produção não concorra com a de bens alimentares. A APVGN está de acordo com as associações europeia (ENGVA) e internacional (IANGV) de veículos a gás natural no sentido de forjar o conceito de “biometano”, um gás combustível com uma qualidade e pureza muito superior ao biogás tradicional.

Na vida interna da Associação, o facto mais notável verificado em 2007 foi a renovação dos seus órgãos sociais. A Assembleia Geral de 11 de Junho de 2007 elegeu um novo Conselho de Administração, agora com uma composição alargada para sete membros, novo Conselho Fiscal e nova Mesa da Assembleia Geral. A composição dos membros dos órgãos sociais da APVGN é representativa do mundo do gás e do mundo automóvel em Portugal.

Embora com pouco pessoal a tempo inteiro, o trabalho da Associação foi incessante ao longo do ano todo. Dentre as actividades realizadas em 2007 mencionam-se as seguintes:

  • Reunião com CEPRA – Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel, 03/Janeiro, acerca de possível colaboração na ultrapassagem das dificuldades criadas pelo Decreto-lei 137/2006
  • Reunião com DGV – Direcção-Geral de Viação, 09/Janeiro, acerca do Decreto-lei 137/2006
  • Deslocação a Rio Meão, Stª Maria da Feira, para reunião com a instaladora Jovigás, 12/Janeiro, acerca da instalação de posto GNC de uso privado
  • Conclusão e entrega à AMAGÁS, em 15/Janeiro, do “Estudo de viabilidade técnica e económica dos veículos a gás natural em nove Concelhos do Distrito de Lisboa (Cadaval, Cascais, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira)”.
  • Publicação na revista Autohoje, em 19/Janeiro, de artigo de Jorge Figueiredo
  • Reunião com o associado SIVA, 22/Janeiro
  • Deslocação à Fátima para reunião com a Petroibérica, 23/Janeiro
  • Reunião na Renault Trucks, em Castanheira do Ribatejo, 07/Fevereiro
  • Entrevista à RTP I, 02/Março, com filmagem
  • Ensaios com o Panda Panda, emprestado pela Fiat, 2-5/Março
  • Deslocação a Santarém para reunião com a instaladora ERI Centrosul, 7/Março
  • Reunião com a FPTR – Federação Portuguesa dos Transportadores Rodoviários, com participação da ANTRAM, ANTROP e ANECRA, 12/Março
  • Reunião com a firma Paulo Rui Ferreira, Sociedade Unipessoal, de Leiria, para apresentação de soluções de postos GNC a partir do GNL, 22/Março
  • Deslocação ao Porto de dois administradores (H. M. Santos e J. Figueiredo) para a cerimónia de apresentação dos novos autocarros da STCP, 28/Março
  • Reunião na IVECO, Castanheira do Ribatejo, 04/Abril
  • Deslocação a Vila Nova de Gaia, com Paulo Rui Ferreira, para exame de terreno da Ecosoros destinado a posto GNC, 13/Abril
  • Workshop sobre veículos de propulsão alternativa promovido pelo “Projecto Procura”, no IST, 19/Abril
  • Apresentação da solução dos VGNs na Escola Secundária da Ramada, Concelho de Odivelas, 02/Maio
  • Reunião com a firma Ecosoros, 16/Maio
  • Seminário “A factura da energia: que soluções futuras para os cidadãos”, na Assembleia da República, 18/Maio
  • Encontro “Energia”, no LNEC, 22/Maio
  • Workshop “Veículos amigos do ambiente”, promovido pela LisboaE-nova, 24/Maio
  • Reunião com o Grupo Jerónimo Martins, 25/Maio
  • Recepção do Volkswagen Touran, cedido pela SIVA para demonstrações, 29/Maio
  • Reunião com técnicos franceses da Renault Trucks, 20/Junho
  • Reunião com a associada MoveAveiro, 22/Junho, e elaboração de parecer relativo ao problema exposto
  • Participação em evento promovido pela Câmara Municipal de Torres Vedras, 22/Junho
  • Reunião com a GalpEnergia, 05/Julho
  • Intervenção no evento organizado pela ANTRAL comemorativo do Dia do Táxi, em Santarém, 14/Julho
  • Reunião com a EGF, acerca da produção de biometano, 24/Agosto
  • Reunião com o Director e Professora do ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa acerca da eventual realização de um curso de veículos ecológicos, 10/Setembro
  • Intervenção no encontro da EESC – European Economic and Social Committee, no Museu da Carris de Lisboa, 11/Setembro
  • Terceiro workshop “Veículos mais amigos do ambiente”, promovido pela LisboaE-nova, 27/Setembro
  • Reunião com empresário de Pombal acerca da instalação de posto GNC local, 11/Outubro
  • Deslocação ao Porto para o lançamento do modelo “Bravo”, do associado Fiat, 26/Outubro
  • Palestra no ISEL sobre questões energéticas, 30/Outubro
  • Reunião na Fiat acerca de posto GNC em Alfragide, 07/Novembro
  • Reunião na CCDRN – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte, no Porto, acerca da instalação de postos GNC em municípios com problemas de qualidade do ar, 9/Novembro
  • Deslocação de J. Figueiredo a Bruxelas para participação no workshop “Biomarket fuels”, 19-22/Novembro
  • Intervenção de H. M. Santos e T. Brito na reunião da CCDRLVT – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, acerca de medidas para a melhoria da qualidade do ar, 19/Novembro
  • Reunião na CCDRN, 03/Novembro
  • Reunião com empresário de Matosinhos acerca da instalação de posto GNC, 29/Novembro
  • Deslocação a Pombal para reunião com vereador Diogo Mateus, 14/Dezembro
  • Reunião em Alfragide relativa a posto GNC, 21/Dezembro
  • Elaboração do estudo de um posto de abastecimento LCNG para a associada STCP (concluído em 2008)

Além destas iniciativas pontuais a APVGN procurou acompanhar os projectos em curso dos seus associados, nomeadamente o da Valorsul, os dois da Câmara Municipal de Lisboa e o da Câmara Municipal de Torres Vedras. Ao longo de 2007 registaram-se também numerosas manifestações de interesse pelos VGNs, tanto de municipalidades como de empresas (supermercados, carriers, centros de tratamento de RSU, postos de combustíveis, etc). A todas elas a APVGN correspondeu dando os esclarecimentos solicitados.

Por outro lado, o sítio web da APVGN, https://apvgn.pt , continuou a ser actualizado regularmente ao longo do ano e em 31 de Dezembro de 2007 as estatísticas do servidor onde está alojado registam o número total de 46.334 visitantes únicos e um número de visitas de 56.627. As referidas estatísticas registaram, em 2007, 637.742 hits; 124.921 vistas de página e uma largura de banda de 10,11 Gbytes.

Em 2007 aumentou quantitativamente a base associativa da APVGN, que em 31 de Dezembro contava com 23 entidades associadas, além de vários sócios individuais. Nesse exercício verificou-se a entrada das empresas Carris de Lisboa, Paulo Rui C. Ferreira, Soc. Unipessoal, Laurasiagás, Lda. e Incrygas (em substituição da Conertec). Verificou-se também a saída da Resul – Equipamentos de Energia, SA.

EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA ASSOCIAÇÃO

Em 2008 a Administração da APVGN tenciona continuar a participar de todas as iniciativas destinadas a instalar postos públicos de abastecimento de GNC. Esta continua a ser uma preocupação prioritária da Associação, pois a inexistência de postos públicos é praticamente o único obstáculo para o desenvolvimento dos VGNs em Portugal. A APVGN considera que a cedência de terrenos a empresários privados que se disponham a instalar postos GNC seria o melhor meio de os municípios atingirem este objectivo.

Por outro lado, a APVGN tenciona manter a “visibilidade” possível da Associação – apesar de não dispor de orçamento para publicidade. Isso será feito, tal como até agora, aproveitando as oportunidades que surgirem para intervir em eventos públicos e nos media genéricos e especializados.

A mudança do escritório da APVGN para o edifício do IPTRANS, em Loures, irá contribuir para a redução dos custos de funcionamento da Associação, bem como para melhores condições de trabalho.

RESULTADOS

A APVGN tem conseguido manter-se graças sobretudo à contenção dos custos de funcionamento. As remunerações dos seus colaboradores permanentes, nomeadamente, nunca foram aumentadas desde a sua constituição em 2001. Assim, do ponto de vista financeiro, verifica-se, através do Balanço, uma situação equilibrada pois as responsabilidades encontram-se garantidas pelas disponibilidades. O activo é constituído por 7% de imobilizado, 30% de dívidas de terceiros e 58% de disponibilidades, 5% de acréscimos e diferimentos, ao passo que o passivo reflecte essencialmente os subsídios à exploração já recebidos mas ainda não afectados à actividade, praticamente não existindo dívidas a terceiros.

Deve-se destacar que desde a constituição da APVGN o valor das quotas dos associados nunca sofreu qualquer aumento — apesar da inflação verificada no período 2001-2008. O Conselho de Administração considera que, enquanto for possível, esta política será de manter e que o aumento dos recursos financeiros da Associação passa sobretudo pelo aumento da sua base associativa.

No plano económico a Associação apresentou custos no valor de € 55.043 que foram cobertos com quotizações dos associados, facturação de serviços prestados, juros obtidos de depósitos bancários e pela afectação de subsídio à exploração. Assim, e depois de constituída uma dotação para amortizações no valor de € 2.382, o resultado líquido do exercício apurado foi de € 137,43, o qual propomos à Assembleia-Geral seja transferido para a conta de Resultados Transitados.

INCRYGAS, representada pelo Eng. Henrique Marques dos Santos (Presidente)

Eng. Téc. Gregório Laranjo (Vice-Presidente)

Dr. Jorge F. G. de Figueiredo (Vice-Presidente)

STCP, S.A., representada pelo Eng. Jorge Manuel Rocha Teixeira (Vice-Presidente)

VALORSUL, S.A., representada pelo Eng. José Escada da Costa (Vice-Presidente)

Eng. Luís Gomes Pereira (Vice-Presidente)

GALP GÁS NATURAL, S.A., representada pelo Eng. João Paulo Filipe Torneiro (Vice-Presidente)